A dor nunca me deu tréguas. Acreditei piamente no valor do sofrimento. A cicatriz depois do corte, a redenção depois da morte. Morri, confesso que morri. Aos poucos, em pequenas partes, nas esquinas, nas vitrines, nas palavras e nas gorduras saturadas.
A vida sem disciplina, sem medida, sem dietas. Eu quis afrouxar as rédeas, mas não soube. Fiz hora extra, fiz serão, fiz absurdo. Dormi pouco, acordei no meio da noite, me pus a servir à ansiedade e não aprendi a dormir com um travesseiro no meio das pernas. A minha coluna não me perdoou essa displicência. (MELO, Pe. Fábio De. Mulheres cheias de graça, 2015, p.60)
sábado, 14 de dezembro de 2019