Perfeição é coisa de grego. Sou mineira demais para querer as características dessa arquitetura. Os traços que desenham minha alma são cheios de curvas imperfeitas. O perfeito é amórfico, só existe na projeção utópica. Eu sou real. O nariz sangrando é meu bilhete de amor. Que leia quem puder. Que leia quem souber. Outra coisa não considero mais urgente. Ou estanca o sangue ou morre de pavor. Amor é a mesma coisa. Só é possível na condição de suporte. Duas partes que se atraem, mas que também se rejeitam. Lei esquisita que não sei quem foi que escreveu. Só sei que vivo sob suas rédeas. Para sobreviver, faço o que posso. Obedeço. Quando o amor me chama, eu vou. (MELO, Pe. Fábio De. Mulheres cheias de graça, 2015, p.175)
segunda-feira, 28 de outubro de 2019